O sonhador e o vinho

Poeta de palavras não vividas,
Um escritor atravessado por correntes do medo.
Eu queria não ver a realidade
Quanto mais eu aprendo,
Mais eu choro, mais não quero ficar aqui.
Digo adeus a algo que nem vivi.
Então, vejo você parado aí,
Que sem medo e nem pudor me desnuda.
Querendo mais de mim,
E tudo o que posso fazer é tentar

Fuja, corra, voe para longe
Grita meu coração
Me leve de volta para o esconderijo do sonhador
Lá voar na ilusão é mais seguro, embora,
O cair é sempre em lágrimas.
Eu não posso mais chorar,
Eu, uma criatura fria do mundo, entidade do prazer,
filho da noite, senhor de todos os gozos, jamais!
Jamais você verá meus prantos.
Você parado aí,
Vendo dentro de mim
Observando minha agonia,
Me perdoe, eu tenho duas faces
Uma para o mundo, outra que só Deus conhece.
Salve-me!
De mim, dos meus desejos, do meu obscuro ser.
Eu não posso mais te olhar, vejo sua misericórdia,
Percebes minhas nuances e te odeio por isso.
Então,
O que posso fazer é tentar,
Um último verso perfeito,
Cantar a velha canção e te pedir...
Me leve para casa.


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