Jung e o Tarot


                O que nos faz escolher justamente as cartas que representam os arquétipos, se a maioria dos consulentes desconhece o conteúdo do tarot? E, o que é mais interessante, como "acertamos" a carta certa, se não vemos a face das cartas durante essa escolha?

As coincidências não existem. Elas são, na verdade, um jogo do inconsciente coletivo, uma forma de comunicação entre nós e o universo. Jung fundamentou essa teoria a partir dos estudos que fazia sobre filosofias orientais milenares, como o I Ching.

               Ao amadurecer tais crenças a partir da psicologia, ele concluiu que as coincidências significativas são, na verdade, fruto de um movimento sincrônico do universo, que levou à definição da sincronicidade.

               É como se todos os indivíduos, arquétipos e símbolos estivessem interligados entre si, em maior ou menor grau de aproximação. Nossa psique, em sua sabedoria inata, seria capaz de atrair para nossa vida determinadas situações, símbolos ou pessoas capazes de nos fazer evoluir. Ela "move" o universo e nos conduz para experiências que precisamos vivenciar. Em uma interpretação religiosa, a sincronicidade é a ação de Deus em nossas vidas - mesmo que escrito por "linhas tortas"...

               Um exemplo: uma jovem sofre um acidente de trânsito e destronca o braço. O contratempo a leva a um hospital, onde é atendida por um ortopedista. Eles se aproximam, começam a namorar e, coincidentemente, se casam dois anos depois.

Destino? Não exatamente. Crer em um conceito tão engessado e determinista seria menosprezar a constante mudança que se expressa em nós e no universo.

               É a sincronicidade que age quando um consulente escolhe ao acaso 10 de 78 cartas e, com elas, monta uma mandala. Nesse momento, o conhecimento superficial e metódico do ego dá lugar a algo mais profundo e abstrato. Quem fala é o self, casa de nossa sabedoria inata ou deus interior, que sempre está pronto para nos orientar ao melhor caminho.

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